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A presença do Presidente da República, João Lourenço, como convidado, na reunião da Cúpula do G20, é uma demonstração da grande visibilidade conquistada pelo país na arena internacional, revelou, domingo, no Rio de Janeiro, o ministro das Relações Exteriores, Téte António.

O chefe da diplomacia angolana, que fazia uma antevisão aos jornalistas nacionais, da participação de Angola no fórum que reúne os líderes das maiores economias do mundo, assegurou que a ocasião será aproveitada para o país marcar posição em relação aos seus objectivos.

“Do ponto de vista diplomático, a presença de Angola não só demonstra a visibilidade que o país tem, mas também os nossos próprios objectivos, no que diz respeito ao desenvolvimento económico, sendo que este fórum é um grande impulsionador”, esclareceu.

O ministro sustentou, ainda, a tese de que Angola assume uma presença importante no evento, com o facto de a Cúpula do G20 reunir “os que decidem sobre muitas questões importantes no mundo”, sublinhando tratar-se “das grandes potências”, realçando a presença, também, da União Africana no fórum, numa fase em que o “continente está a emergir”

“Como sabe, houve uma grande luta de África para que a União Africana fosse membro do G20 e, isso, aconteceu durante a Cimeira da Índia e, hoje em dia, a União Africana participa como membro. Significa que o continente africano também tem uma voz a trazer a este grande fórum”, enfatizou.

O facto de a África do Sul assumir, no próximo ano, a presidência do G20, referiu o ministro, deve ser encarada como fundamental para os propósitos do continente com a presença na organização das maiores economias do mundo. E, nesse aspecto, Téte António valoriza a coincidência da passagem da liderança rotativa do G20 a um país de África, com a ascensão de João Lourenço, em 2025, na presidência da União Africana.

“Isso significa que, Angola, com certeza, sendo um país da África Austral, e muito ligado à África do Sul, tem a sua voz na arena internacional, será convidado, mas também não se deve esquecer que o Presidente da República, quando for à África do Sul será o presidente da União Africana, que geralmente fala em nome do continente”, explicou, para acrescentar:

“Portanto, sendo a União Africana membro do G20, o Presidente da República vai ter essa dupla capacidade de representar o nosso país, mas também o nosso heróico povo africano”.O Brasil, prosseguiu Téte António, quis muito a aliança de Angola na luta contra a fome e a pobreza, ao que o país “respondeu a tempo”, gesto valorizado por Lula da Silva.

O ministro afirmou, ainda, que Angola tornou-se membro-fundador da Aliança Global do G20, “de facto e de júri”, em virtude de ter sido um dos países a aderir atempadamente à aliança.

Téte António confirmou, também, as duas intervenções a serem feitas pelo Presidente da República, hoje e amanhã, tendo esclarecido que João Lourenço vai discursar na sessão de lançamento da Aliança Global contra a fome e a pobreza, que é o primeiro eixo e, também, no segundo eixo, sobre a transição energética.

“São dois temas que serão objectos do discurso do Presidente da República nessa sessão”, assegurou o ministro das Relações Exteriores.

Momento alto da sessão

Um dos momentos altos da reunião, de acordo com o chefe da diplomacia angolana reside no primeiro eixo de debate da Cúpula do G20, precisamente a abordagem sobre o combate à fome e à pobreza, tendo, Téte António sublinhando o facto de o Brasil ter escolhido o tema como principal, o lançamento da Aliança Global contra a problemática.

“Espera-se que este fórum traga já resultados concretos, como é o caso do lançamento da Aliança Global contra a fome e a pobreza que, pensamos, é um evento bastante importante, que tem a ver não só com as políticas nacionais, mas também com questões de financiamento e de parcerias”, sustentou o chefe da diplomacia angolana.