Presidente João Lourenço reitera aposta no potencial da juventude
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O Presidente João Lourenço manifestou, quinta-feira, em Luanda, o desejo de ver uma JMPLA mais virada para os anseios dos jovens angolanos e a colaborar mais com o Executivo na busca das melhores soluções para os problemas da juventude, sobretudo os ligados à educação, ao emprego, à inserção no mundo dos negócios e à habitação.
Ao discursar na abertura do IX Congresso Ordinário da JMPLA, João Lourenço encorajou, igualmente, a organização juvenil do partido no poder a continuar a apostar na promoção da ética, do civismo, patriotismo, tolerância política, respeito aos mais velhos, às mulheres, crianças e mais vulneráveis.
“Queremos uma JMPLA que reflicta a esperança e os anseios do jovem angolano”, destacou o líder do partido.
Dado o papel que os jovens desempenham no processo de desenvolvimento do MPLA e do país, João Lourenço reiterou a aposta no seu “grande potencial”, de modo a enfrentarem e a superarem os grandes desafios que o partido e a sociedade apresentam em cada etapa da história do país.
“É nossa missão, como partido, mas, também, como vossos mais velhos, preparar-vos para assumirem as vossas responsabilidades, de preferência melhor do que nós o fizemos e estamos a fazê-lo hoje, porque as gerações mais novas devem aspirar sempre superar o desempenho das gerações mais velhas”, ressaltou o líder dos camaradas, sublinhando que, na política, se se quiser ter um bom militante do MPLA, precisa-se cuidar dele enquanto jovem da JMPLA, a fim de dar os primeiros passos.
“Na natureza, para se ter uma planta de qualidade, que garanta a colheita de bons frutos, precisamos de cuidar da semente, da muda, enquanto estiver no viveiro, antes de a transplantar”, precisou o Presidente do MPLA, numa analogia sobre a necessidade de se preparar os quadros do partido desde a base.
O Presidente do MPLA apontou a formação académica, profissional, desportiva e cívica como peças chaves para se alcançar o objectivo de preparação, lançamento e promoção dos profissionais, dos líderes associativos, políticos e governantes de que Angola necessita para hoje e amanhã.
João Lourenço ressaltou que os membros da JMPLA e os angolanos no geral, nunca defraudaram a confiança e as expectativas neles depositadas pelo partido e pela Nação angolana, tendo destacado o seu papel activo na Luta de Libertação Nacional e na defesa da integridade territorial e da soberania nacional.
Os jovens, referiu, continuam a contribuir, nos dias de hoje, no processo de reconstrução nacional, desenvolvimento económico e social do país e em vários outros domínios, nomeadamente na defesa da pátria, economia, cultura, educação e ensino, ciência e inovação, desporto, construção da paz e reconciliação nacional, para além da diplomacia.
O líder do MPLA encorajou os jovens do partido a liderar, também, o combate à vandalização de bens públicos, tráfico e contrabando de bens, droga e o alcoolismo, desrespeito aos símbolos nacionais, profanação de campas nos cemitérios, violência doméstica, maus-tratos às crianças, e não só, assim como todo o tipo de crime.
João Lourenço exortou-os, igualmente, a comprometerem-se com causas ambientais, tais como as matérias ligadas às alterações climáticas, suas consequências e formas de mitigá-las, educação dos jovens para a necessidade da protecção do ambiente, promovendo campanhas de trabalho voluntário de recolha de lixo e de plástico, promoção e participação em campanhas de reflorestação de mangais e de outras espécies em áreas desmatadas ou ainda em programas de protecção de espécies animais ameaçadas pela caça furtiva ou em vias de extinção.
Tendo em conta a facilidade e o à-vontade dos jovens em lidar com as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), João Lourenço defendeu mais aposta dos mesmos em relação a essas matérias, sublinhando ser sob este pano de fundo das TIC, da digitalização e da industrialização que mais facilmente se vai diversificar a economia nacional, aumentar a produção, as exportações e a oferta de postos de trabalho.
“Fica, assim, mais clara a necessidade da aposta nos jovens, se queremos dar o salto decisivo na nossa economia e no desenvolvimento integral do nosso país”, salientou.
Participação dos jovens nos assuntos internacionais
O líder do MPLA defendeu que os jovens passem a interessar-se e a acompanhar a evolução da situação política internacional, as relações entre Estados e blocos económicos e regionais, a correlação de forças na arena internacional, e não só, assim como os conflitos existentes e latentes.
João Lourenço exortou a juventude a fazer análises sobre estas matérias baseando-se nos princípios da Carta das Nações Unidas, independência, soberania dos Estados, inviolabilidade das suas fronteiras, autodeterminação dos povos e respeito pelas convenções internacionais, nomeadamente da Convenção de Genebra, do direito humanitário em cenários de guerra, mas procurando estar, sempre, do lado da justiça, verdade, defesa dos civis inocentes e dos mais vulneráveis.
Neste particular, João Lourenço referiu que a paz e a segurança globais são assuntos sérios demais para se deixar apenas nas mãos dos políticos, governantes e estadistas. “Este é um assunto que a todos diz respeito – aos jovens, às mulheres, organizações da sociedade civil, líderes religiosos e comunitários – e, por isso, todos devem juntar esforços e lutar por algo que nos é precioso, por ser fundamental para o desenvolvimento das nações, a paz”, esclareceu.
O Presidente do partido maioritário disse ser necessário dedicar recursos humanos, financeiros, materiais, avanços tecnológicos e científicos ao serviço da resolução dos problemas que afligem a humanidade, como a pobreza, fome e a miséria, doenças, endemias e pandemias e ao desemprego.
Os avultados recursos gastos nas guerras, defendeu, poderiam ser canalizados para a construção de infra-estruturas rodoviárias, ferroviárias, portuárias e aeroportuárias, hospitais, escolas e infra-estruturas de produção e distribuição de água e energia, electrificar e industrializar o continente africano e outras zonas pouco desenvolvidas do planeta.
“Precisamos, por isso, de incutir nos nossos jovens a cultura da paz, como o vimos fazendo com a Bienal de Luanda e o empenho de Angola na resolução de conflitos na região”, frisou.
Neste momento crítico que o mundo vive, prosseguiu, os jovens não podem ficar indiferentes ao sofrimento dos povos do Congo Democrático, Sudão, Ucrânia e Palestina, por serem vítimas de conflitos armados que devastam as infra-estruturas habitacionais, escolares, hospitalares e outras, que provocam milhares de mortos e feridos, deslocados internos e refugiados para os países vizinhos, “chegando mesmo, num dos casos, a atingir níveis de verdadeiro e autêntico genocídio”.
Angola que se quer para os próximos 50 anos
Ao pronunciar-se sobre o 50.º aniversário da Independência Nacional, cujas celebrações arrancaram este mês e estendem-se até Dezembro do próximo ano, o Presidente do MPLA disse que a efeméride vai servir, entre outras, para reflectir sobre a Angola que se quer ter nos próximos 50 anos e que papel está reservado para os jovens de hoje e de amanhã.
João Lourenço reiterou que as celebrações vão contar com a participação dos partidos políticos, igrejas, organizações da sociedade civil e os cidadãos patriotas e comprometidos com as causas nobres da Nação, que vão render homenagem aos “nossos ancestrais” e a todos aqueles que, com sacrifícios incomensuráveis, com sangue, suor e lágrimas, tornaram possível, após cinco séculos de humilhação, “quebrar as grilhetas da opressão colonial”.
O Presidente João Lourenço anunciou, na ocasião, que o país convidou a Selecção argentina de futebol para uma partida com os Palancas Negras, a realizar-se no próximo ano, em Luanda, no quadro das celebrações do 50º aniversário da Independência Nacional.
“As negociações estão, no essencial, encerradas, o que nos permitiu aproveitar este encontro de jovens para dar esta boa nova”, disse, ressaltando que a partida visa aproveitar o bom momento da Selecção Nacional.
João Lourenço frisou que a iniciativa visa proporcionar momento de alegria aos amantes do futebol, do desporto e, de uma maneira geral, aos angolanos, partindo do princípio que, no caso de Angola, o desporto de massas é, sem sombras de dúvidas, o futebol, sem querer minimizar a importância e mérito das outras modalidades.
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