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Os generais Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa” e Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino” começam a ser julgados hoje, às 10 horas, pelo Tribunal Supremo, em Luanda, acusados da prática de crimes como tráfico de influências e branqueamento de capitais.

De acordo com o despacho da Câmara Criminal do Supremo Tribunal, datado de 4 de Dezembro, a que o Jornal de Angola teve acesso, no mesmo caso, sob processo N°38/2022, em que é participante o Ministério Público, estão também arrolados como arguidos You Himing, Fernando Gomes dos Santos e as empresas China international Found (CIF), Plansmart International Limited e Utter Right International Limited.

O processo conta com 38 declarantes e testemunhas, tendo como juiz relator a juíza conselheira Anabela Valente, que tem como adjuntos os juízes conselheiros Martinho Nunes e Inácio Paixão. Já o Ministério Público é representado por Lucas Ramos ao passo que a defesa é composta pelos advogados Bangula Quemba, Benja Satula e Amaral Gourgel.

Histórico da acusação

Consta da acusação, que o general Kopelipa e outros dois arguidos no processo, alegadamente, engendraram um plano para enganar o Estado e, a pretexto de uma reestruturação, apropriaram-se de imóveis construídos com fundos públicos e comercializaram-nos como se fossem deles.

Os generais têm sido apontados, ainda, como sendo, supostamente, os verdadeiros proprietários da empresa China International Fund, que viu apreendidos, pelo Serviço Nacional de Recuperação de Activos da Procuradoria-Geral da República, a 17 de Fevereiro de 2020, os edifícios CIF Luanda One e CIF Luanda Two, localizados na Avenida do 1° Congresso do MPLA, na Ingombota, Luanda.

No âmbito do processo de recuperação de activos, ainda em Fevereiro de 2020, a Procuradoria-Geral da República mandou apreender vários edifícios na posse da empresa, incluindo a sede do grupo, situada na baixa de Luanda.

Tratava-se de 24 edifícios, duas creches, dois clubes náuticos, três estaleiros de obra e respectivos terrenos adjacentes, numa área total de 114 hectares, localizados na urbanização Vida Pacífica, no distrito urbano do Zango, Município de Viana, em Luanda.

De igual modo, foram apreendidos 1.108 imóveis inacabados, 31 bases de construção de edifícios, 194 bases para construção de vivendas, um estaleiro e respectivos terrenos adjacentes, numa área total de 266 hectares, localizados no distrito urbano do Kilamba, Belas, na província de Luanda.