Categoria de “Reconhecimento Histórico” atribuída ao Grupo Experimental Teatro
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O grupo Experimental Teatro, um dos pioneiros das artes cénicas em Angola, no período pós-Independência, foi o vencedor da edição especial da Gala Máscara de Ouro do Teatro (GALMOTE), na categoria “Reconhecimento Histórico”, na cerimónia realizada, sábado, no Memorial Dr. António Agostinho Neto (MAAN), em Luanda, que contou com a presença do ministro da Cultura, Filipe Zau.
Segunda-Feira, 23 de Dezembro de 2024
Como forma de valorizar os esforços do grupo, que tem contribuído para o teatro nacional há mais de 40 anos, a Associação Angolana de Teatro (AAT), organizadora do GALMOTE, premiou a agremiação com um troféu e um certificado de mérito, galardões que foram dados, igualmente, aos vencedores das demais categorias.O GALMOTE, que foi criado com o objectivo de valorizar os criadores de teatro, premiou, igualmente, na categoria “Destaque Nacional”, o grupo Ombaka Teatro, na de “Investigação Teatral”, o grupo Bimphadi, na de “Teatro Comunitário, grupo Julu, na de “Projecto de Teatro Infantil”, o “Nzoji ya Monandengue”, da Companhia de Artes Sol, na de “Projecto de Teatro Musical”, As Fabulosas, e na categoria de “Festival”, o Internacional de Teatro do Cazenga (FESTECA).Na actividade, foram galardoados, ainda, na categoria de “Grupo da Província de Luanda”, o Horizonte Njinga Mbande, na de “Grupo da Província do Huambo”, o S.O.S Teatro, na de “Grupo da Província de Cabinda”, o Nkondo Ikuta, na de “Grupo da Província do Namibe”, o Colacerma, na de “Grupo da província do Uíge”, o MZ Teatro, e na categoria de “Grupo da Província da Huíla”, o Ofeka Yetu.Na categoria de “Actor Carreira” foi vencida por David Enoque, enquanto a de “Actriz Carreira” o galardão foi entregue a Filipa Adão.Os vencedores desta edição especial do GALMOTE foram escolhidos pelo conselho de honra do projecto, constituído pelo dramaturgo e director José Mena Abrantes, o actor António de Oliveira “Delon” e a actriz e directora Anacleta Pereira. Os especialistas procuraram reconhecer, nesta edição especial, o teatro como manifestação colectiva, embora excepcionalmente premiou um actor e uma actriz.Os critérios utilizados pelo conselho de honra foram a regularidade das exibições teatrais, a projecção internacional do grupo, o tipo de trabalho que desenvolve e a forma como impacta a sociedade, perfil do grupo e as múltiplas valências da agremiação, que incluem, por exemplo, programas de formação dos seus membros. Quanto ao prémio carreira, o critério foi o percurso desenvolvido pelos actores.Além da premiação principal, a edição especial da Gala Máscara de Ouro do Teatro (GALMOTE) serviu, também, para homenagear os grupos precursores do teatro angolano, nomeadamente Horizonte Njinga Mbande, Oásis Teatro, Elinga Teatro e o grupo Teatral Kimbanguista (GTKI).O ministro da Cultura, Filipe Zau, no discurso de encerramento da actividade, saudou a iniciativa e reconheceu a importância que os fazedores de teatro têm desempenhado no desenvolvimento da sociedade angolana.Filipe Zau disse que o teatro e as demais artes exercem um sentido amplo de educação que o país ainda não atingiu. Pois a arte, continuou, contribui para se aprimorar aspectos éticos e morais, o que ajuda na formação de melhores cidadãos.O ministro alertou, também, que a cultura não deve ser vista apenas como um motivo de recreação, o que no seu entender, faz com que não se enxergue devidamente o papel fundamental que exerce no desenvolvimento de um país.“Por isso criou-se a Agência das Indústrias Culturais para que o conceito de cultura seja mais valorativo, em prol da cidadania”, disse.Por outro lado, o presidente da AAT, Tony Frampênio, afirmou ter sido com a intenção de celebrar o teatro angolano e a sua contribuição para a história, a cultura e a transformação social, que se criou o GALMOTE.Segundo Tony Frampênio, para a transformação da sociedade angolana é fundamental que a cultura e as artes tenham um papel preponderante. Afirmou que o teatro, por exemplo, como arte dinâmica e pedagógica, tem a capacidade única de fomentar a criatividade e o fortalecimento da identidade cultural. “Por isso, considera ser importante que se valorize e se invista na classe teatral e o GALMOTE vem precisamente para reconhecer os fazedores de arte”, disse.O responsável explicou que a edição especial do GALMOTE aparece como abertura de um projecto cuja intenção é torná-lo anual. Mas que, para tal, apelou ao apoio do Governo angolano. O apoio, disse, é fundamental para que o teatro possa cumprir com o seu papel social.“Este evento é um ponto de partida para um compromisso duradouro, que visa alicerçar os três eixos da nova direcção da AAT, que são a institucionalização, formação e a massificação do teatro em Angola”, afirmou.O actor Nário Sá Pinto, em representação do Horizonte Njinga Mbande, afirmou ter sido merecido os dois reconhecimentos feitos ao grupo, por conta dos trabalhos desenvolvidos pelo mesmo.“Ao longo dos últimos anos o Horizonte tem sido um dos grandes impulsionadores do teatro angolano. Por ano produz por volta de 280 espectáculos, o que lhe torna merecedor desse reconhecimento”, disse.
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