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A lógica do futebol também se baseia na ciência exacta como a matemática. Quem quer ganhar tem de marcar no mínimo um golo a mais do que o adversário, como fez muito bem o Sagrada Esperança.

A vitória poderia ter sido mais expressiva, mas ontem os diamantíferos só necessitavam do básico para fazer história, ou seja, obter o primeiro triunfo numa fase de grupos da Champions.

Como lucro imediato, os diamantíferos relançaram a esperança da qualificação! O Espérance de Túnis não quis ajudar a colocar a cereja no topo do bolo, mas o mais importante era acabar com a malapata, ainda mais para uma equipa que nos últimos dois meses andou nas ruas da amargura, sem força competitiva para reagir aos maus resultados nas duas frentes em que estão envolvidas, Champions e Girabola.

Sem nunca inclinar o relvado do 11 de Novembro, o Sagrada Esperança criou oportunidades de golos para ganhar sem sofrimento. Contas feitas, foi a única equipa com chances mais do que claras para balançar as redes, tanto é verdade que o tranquilo guarda-redes Nsesani nunca precisou de sujar o equipamento para evitar o empate, em face da fraca produção atacante do Djoliba Athletic Club.

A entrada em força dos diamantíferos forçou os hipopótamos a esconderem-se na água para evitar o golpe fatal. Até certo ponto, a equipa forasteira foi apanhada no surpreendente laço ofensivo do Sagrada Esperança, a bem da verdade o golo caseiro quase surgiu nos segundos iniciais, mas o central Alexandre ficou curto demais para cabecear, assim perdeu a chance de ser coroado imperador do 1-0.

Os diamantíferos jogaram os minutos iniciais com a faca entre os dentes, a irrepreensível atitude competitiva fez chover oportunidades de golo. O se no futebol também é condicional, mas quem esteve atento ao jogo seguramente concordará que antes da dezena de minutos o Sagrada Esperança poderia ter construído muito bem uma vantagem de três golos. O único exagero foi a falta de pontaria para finalizar bem!

A bem da verdade, o passe, um dos fundamentos basilares do futebol, acabou por ser o único culpado pela apertadíssima vitória do Sagrada Esperança. Em várias ocasiões, os atletas diamantíferos deram a entender que precisavam de régua, esquadro e transferidor para assistir ao colega em posição privilegiada para empurrar apenas, passe o termo.

Como quem não marca sofre, o Sagrada Esperança foi perdulário demais e permitiu ao Djoliba AC ganhar ânimo para reagir. Realmente, os hipopótamos não aplicaram a lei de talião, mas pressionaram a toda a largura do relvado, motivo por que conseguiram algum alívio defensivo, porque os muitos passes errados impediram os diamantíferos de continuar a reluzir com jogadas perigosas.

Quando o equilíbrio tomou conta do jogo, eis que a estrela de Mussá brilhou para fazer toda a diferença no relvado. Num espaço de quatro minutos, o possante avançado decidiu aparecer para tornar-se no protagonista principal, primeiro ameaçou de cabeça, mas a segunda foi de vez, Polaco serviu de isco para atrair a defesa, Mussá bem posicionado disparou para o 1-0 final.

Talvez por que pressentiu de imediato que o resultado já não sofreria mais alteração, Mussá pediu o benefício da dúvida quando passou ao largo do bis antes do intervalo, tinha tudo para ampliar com sucesso, mas preferiu treinar o guarda-redes Koita.

A segunda parte foi uma cópia da primeira, novamente o Sagrada entrou com a mão na massa, mas Jaime Pimpão complicou o mais fácil, não conseguiu rematar de primeira e impediu a equipa de dilatar o resultado, na melhor jogada de Da Banda em toda partida.

Sem pão para a boca, o Djoliba AC nunca esboçou uma reacção digna de quem pretendia evitar a derrota. Até certo ponto, a equipa forasteira saiu de cavalo para burro, realmente nem sequer foi sombra daquela da primeira volta, não teve expressão atacante, motivo por que foi incapaz de amedrontar.

O Sagrada Esperança teve tudo para desafogar o resultado, como desperdiçou muito de pois teve dificuldades de tomar boas decisões quando decidiu segurar o resultado. A equipa não se entrincheirou na defesa, é verdade, mas poderia ter gerido melhor a situação, porque do primeiro ao último minuto foi o único merecedor da vitória.