Cinco monumentos elevados à categoria de Património Nacional
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O administrador municipal do Cuito, Abel Guerra Paulo, enalteceu a elevação à categoria de Património Nacional, de cinco monumentos e sítios da província do Bié, por serem bens que pertencem a todos pelo simbolismo que representam para o povo angolano.
Fonte : Jornal de Angola
Abel Guerra Paulo realçou que com a elevação à categoria nacional de cinco patrimónios culturais do Bié, a província entra para o marco histórico do país e vai marcar várias gerações pelos feitos e conquistas alcançadas.
“Os cinco monumentos culturais do Bié elevados à categoria de Património Nacional contribuíram para a resolução de vários conflitos e problemas ao longo da história, como pilar fundamental para a evolução de cada angolano”, disse.
A província do Bié está registada nos anais nacionais do património cultural com cinco monumentos e sítios que contribuem para a consolidação da Independência e a conquista, efectiva, da paz em Angola.
O administrador municipal do Cuito disse que patrimónios históricos como o Memorial da Batalha do Cuito, que evitou a divisão do país, a partir do Centro de Angola, e uniu angolanos rumo ao desenvolvimento, e ainda a Embala Ecovongo, local de memória colectiva que retrata as chefias tradicionais no contexto de uma estrutura sociopolítica, cultural e económica, são referências culturais a nível do país.
Dos monumentos e sítios do Bié destacam-se, igualmente, a Missão Evangélica de Camundongo, o Quartel Militar dos Dragões, e o Edifício dos Correios, acervos culturais, também, elevados à categoria de Património Cultural Nacional, que recebem diariamente visitas de turistas nacionais e estrangeiros.
O acervo e historial dos monumentos e sítios da província do Bié foram ilustrados em imagens, durante o colóquio que marcou o 8 de Janeiro, Dia da Cultura Nacional, assinalado ontem, tendo juntado na cidade do Cuito fazedores de arte e cultura, que reflectiram em torno da efeméride.
Cultura carregada de desafios
A classe artística continua a enfrentar enormes desafios para realizar trabalhos e se firmar na categoria profissional. As actividades culturais nas áreas da música, humor e artes plásticas, na província do Bié, passam por grandes dificuldades, resultante da ausência total de apoios.
O exemplo destes constrangimentos foi expresso pelo presidente da Associação de Artistas Plásticos no Bié, Quim Vitangui, que lamentou o fraco poder de aquisição para realizar actividades e promover as suas obras de arte.
Quim Vitangui afirmou que a realização de actividades artísticas e culturais no Bié é caracterizada por “paixão e amor”, pois os artistas desenvolvem os seus talentos apenas para recrear e não num sentido profissional.
O artista plástico, com 20 anos de carreira, sublinhou que várias são as iniciativas dos fazedores culturais locais, tendentes a elevar para níveis profissionais as suas actividades, mas vêm gorados os esforços empreendidos por falta de apoio.
Quim Vitangui referiu-se à ausência de material no mercado nacional, cuja aquisição é feita no exterior, o que encarece o produto final, cujo preço ainda está aquém do valor real de venda dos quadros de arte produzidos pelos artistas.
Desabafo semelhante foi feito por Marcos Stack e Francisco Assis, músicos locais, que lamentaram a falta de um mercado a nível do Bié, que os ajude a crescer.
“Nesta altura, são poucos os artistas no Bié que conseguem viver da sua arte, não por falta de qualidade, mas por pouco reconhecimento do mercado e instituições locais”, afirmou Marcos Stack.
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