Artistas homenageados pelo contributo à cultura nacional
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O vice-governador de Luanda para o sector Político e Social, Manuel Gonçalves, garantiu, sexta-feira, que as homenagens às individualidades que contribuem para o desenvolvimento da cultura nacional vão continuar a ser promovidas ao longo deste
Fonte : Jornal de Angola
Manuel Gonçalves, que falava à imprensa à saída do primeiro acto de homenagem, que decorreu no Mural do Artista, na Ilha de Luanda, explicou que a iniciativa se enquadra nas celebrações do Dia da Cultura Nacional, assinalado na passada quarta-feira, e dos 50 anos de Independência do país, que se vai assinalar a 11 de Novembro deste ano.
“São reconhecimentos merecidos por tudo quanto os fazedores vêm dando para o desenvolvimento da cultura e das artes, principalmente, mas, também, pela influência que tiveram na conquista da Independência Nacional”, afirmou.
Quanto ao primeiro acto de homenagens, Manuel Gonçalves referiu que a selecção foi feita olhando-se para as diversas manifestações culturais, e desta forma honrar aquelas figuras que com o seu saber e criatividade contribuem para o crescimento do país.
“Ao longo deste ano, ainda teremos muitos momentos de reconhecimento. Pretendemos, por exemplo, celebrar o Dia Internacional do Teatro, Dança, Música e outros momentos a nível cultural, social e político, que têm a ver com a nossa província e, naturalmente, fazermos as devidas homenagens”, disse.
O vice-governador acrescentou que o facto de alguns não constarem da lista dos primeiros homenageados não significa que foram esquecidos, pois ao longo do ano serão, igualmente, reconhecidos.
Mais de 50 fazedores de cultura e arte foram homenageados, sexta-feira, no Mural do Artista, na Ilha de Luanda, pelo contributo prestado para o desenvolvimento da cultura e, consequentemente, da Nação angolana.
Da iniciativa, promovida pelo Governo Provincial de Luanda (GPL), foram prestigiados com certificados de mérito o escritor, sociólogo, diplomata e político Boaventura Cardoso, a historiadora Rosa Cruz e Silva, os jornalistas Maria Luísa Fançony, António Bequenque, Adão Filipe e Afonso Quintas, e os músicos Elias dya Kimuezo, Dom Caetano, Eduardo Paim, Anselmo Ralph, Yuri da Cunha, Noite e Dia, Paulo Flores, Euclides da Lomba, Calabeto, Sam Mangwana, Dina Santos, Carlos Lamartine, Totó ST, Santocas e o Duo Canhoto.
A lista segue-se com a bailarina e coreógrafa Ana Clara Guerra Marques, os DJ’s Malvado, Dikuela e Paulo Alves, o conjunto Jovens do Prenda e Banda Maravilha, a mentora do grupo musical As Gingas do Maculusso, Rosa Roque, os actores Adelino Caracol, Manuel Teixeira “Avô Ngola”, Aminata Goubel, António de Oliveira “Delon” e Sidónio e Lembinha, os humoristas Calado Show e os Tuneza, o dramaturgo e director José Mena Abrantes, o apresentador Salu Gonçalves, o coreógrafo Maneco Vieira Dias, o artista plástico Armando Scott, entre outros.
A bailarina e coreógrafa Ana Clara Guerra Marques, em declarações ao Jornal de Angola, considerou a homenagem significativa, por reconhecer os seus esforços e de outros artistas em prol das artes.
Artistas felicitam iniciativa do GPL
Ana Clara Guerra Marques referiu ser importante que as homenagens, também, levem em consideração o apoiar de uma determinada actividade. “Recebemos um diploma, mas para continuarmos a servir e a desenvolver o nosso trabalho, temos de ter meios, e se ao homenagear também nos disponibilizassem os meios de que precisamos seria um tributo amplo, pois também abrangeria todos os outros artistas angolanos”, afirmou.
Nas celebrações dos 50 anos de Independência Nacional, a artista afirmou que durante o intervalo de tempo que passou, se poderia ter feito mais pela cultura. “É verdade que o país passou por dificuldades, mas não significa que não pudéssemos ter desenvolvido e apoiado mais a cultura”, disse.
Por exemplo, disse ter- se investido na formação cultural e artística, para que actualmente se tivesse outras gerações de artistas angolanos, já com formação e capacidade para criar, ensinar, actuar, dançar, cantar, tocar e compor com conhecimento técnico.
“Não podemos continuar a viver das coisas antigas. Estamos no século 21, por isso precisamos de desenvolver o continente, e este futuro só se vai conseguir projectar quando os artistas, realmente, tiverem uma educação artística. Quando souberem pensar a arte numa outra perspectiva, não na de conservar, mas na de criar e de avançar”, afirmou.
Por outro lado, o músico Calabeto mostrou-se feliz pelo reconhecimento, afirmando que chega num bom momento. Calabeto reiterou, igualmente, o compromisso de continuar a ajudar a promover a cultura angolana.
Segundo o músico, a cultura deve ser preservada e para isso os jovens artistas precisam, também, de beber da experiência dos mais velhos. “O que devemos é trabalhar no sentido de irmos sempre aprendendo para que de facto possamos preservar a cultura angolana”, afirmou.
O escritor, diplomata, político e Prémio Nacional de Cultura e Artes em 2001, Boaventura Cardoso, considerou o momento singular, por visar assinalar o Dia da Cultura Nacional e, por outro lado, os 50 anos de Independência, por isso, sente-se feliz.
Boaventura Cardoso afirmou que a cultura nacional se encontra num bom momento, por se verificar o surgimento de muitos criadores e novas expressões culturais e artísticas. O escritor alertou, também, que apesar da globalização, não se deve perder a identidade cultural, e para isso os artistas, os órgãos de comunicação e o Ministério da Educação têm um grande papel.
Por último, o músico Sam Mangwana mostrou-se, igualmente, feliz pelo reconhecimento, afirmando ser uma benção para si, ser reconhecido como alguém que contribui para a cultura nacional. O artista manifestou o desejo de iniciativas do género serem frequentes nas variadas áreas que contribuem para o progresso da sociedade angolana.
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