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Gabão aprova código eleitoral para regresso ao regime civil

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No Gabão, o parlamento de transição adoptou na segunda-feira à noite o novo código eleitoral, uma etapa fundamental para o regresso ao regime civil, depois do golpe Estado de 2023 promovido pelos militares.

O primeiro relator da comissão de direito do Senado, Eloi Ekouma Abessolo, numa conferência de imprensa transmitida pela televisão pública nacional após a votação, anunciou que “o Senado adotou em termos idênticos aos da Assembleia Nacional o projeto de lei orgânica sobre o código eleitoral da República gabonesa”.

Os 168 deputados e senadores convocados para uma sessão extraordinária aprovaram o texto após dez dias de análise dos seus 383 artigos, redigidos por uma comissão nacional nomeada no início de dezembro pelo Presidente da transição, Brice Oligui Nguema.

Rádio Correio da Kianda apurou que, o novo texto concede, nomeadamente, dois lugares no parlamento aos representantes dos gaboneses residentes no estrangeiro e permite aos cidadãos com dupla nacionalidade candidatarem-se a todas as eleições, com exceção da eleição presidencial, sem terem de renunciar à sua outra nacionalidade, e autoriza igualmente os magistrados e os militares a apresentarem-se às eleições sob certas condições.

Disposição que foi fortemente criticada por alguns opositores, que receiam que a estes dois grupos interfiram no processo político através das armas ou de decisões judiciais.

Brice Oligui Nguema, que está no poder desde que a junta militar derrubou o então Presidente, Ali Bongo, em agosto de 2023, prometeu devolver o poder aos civis no final do processo de transição, mas não escondeu as suas ambições presidenciais, segundo os meios de comunicação social locais.

 

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