Napoleão Brandão enluta futebol angolano

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O antigo guarda-redes Napoleão Brandão faleceu, ontem, de doença prolongada aos 72 anos. Figura incontornável das balizas do 1.º de Agosto, único clube que representou no Girabola, e da Selecção Nacional, Ti Alfredo, como também era chamado, fez parte da primeira geração de internacionais angolanos, quando não havia ainda futebol federado nos anos iniciais do país independente.

Natural de Malanje, onde nasceu a 13 de Junho de 1952, Napoleão Brandão começou a carreira desportiva na era colonial, mas foi ao serviço do Grupo Desportivo Os Dinizes de Salazar, extinta equipa do da província do Cuanza-Norte, que começou a ganhar espaço, primeiro como suplente de Carlos Alberto, antes assumir a titularidade.

Com uma curta passagem pela CPPA, Napoleão Brandão acabou por reforçar o 1.º de Agosto, clube com o qual ganhou as primeiras edições do Girabola, 1979, 1980 e 1981, conquistas que também ajudaram a elevar o prestígio como um dos melhores guarda-redes do futebol nacional e do continente.

Quase na fase terminal da carreira, Ti Alfredo fez parte da célebre selecção que só não se apurou ao Mundial México 1986, porque o árbitro anulou uma jogada limpa de Makuéria.Na primeira mão, em Luanda, Angola e Argélia ficaram pelo nulo, por isso a igualdade, com golos, favorecia as contas do apuramento dos Palancas Negras, daí a atitude parcial do juiz dessa marcante partida.

Além da excelente carreira como atleta, Napoleão Brandão também se destacou como treinador. Foi sob o seu comando que os militares conquistaram a primeira Taça de Angola, em 1984. Como técnico, Ti Alfredo era a solução certa para muitas equipas que pretendiam subir de divisão.

Por isso, orientou com sucesso clubes de quase todas as regiões do país, antes de fixar-se no 1.º de Agosto como treinador de guarda-redes.