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Angola defende mais liderança feminina na construção da paz

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A presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, advogou segunda-feira, em Genebra, Suíça, uma liderança feminina mais inclusiva, sensível e participativa como elemento essencial para a construção de uma paz duradora.

Durante a intervenção marcada pelo forte apelo à justiça social e equidade de género, Carolina Cerqueira afirmou que “as mulheres e meninas, embora sejam as mais afectadas pelos conflitos armados e pelas mudanças climáticas, são, também, as que mais contribuem para a reconstrução e reconciliação das sociedades”.
Ao discursar na 15.º Reunião da Cimeira das Mulheres Presidentes de Parlamentos, que decorre sob o lema “Liderança para a Paz Inclusiva e Duradoura”, a líder parlamentar disse que fenómenos como as alterações climáticas e a Inteligência Artificial (IA) quando mal geridos agravam as desigualdades de género e ampliam os riscos para as populações mais vulneráveis, sobretudo em contextos de guerra e crise humanitária.
“Precisamos de mais mulheres nos parlamentos, nas negociações de paz, na diplomacia, na ciência e nas lideranças comunitárias”, sublinhou a presidente da Assembleia Nacional, acrescentando que “uma paz sem a voz das mulheres é uma paz frágil”.
Compromisso com a igualdade de género
Carolina Cerqueira reafirmou o compromisso da Assembleia Nacional com a inclusão da mulher nos espaços de decisão, ressaltando os vários debates e iniciativas legislativas promovidos internamente para fortalecer o papel feminino na vida política e social do país.
“No Parlamento angolano, temos incentivado o diálogo com mulheres e jovens sobre o seu papel na promoção da paz, na igualdade de género e na construção de uma cultura de reconciliação nacional”, afirmou. Enfatizou, também, os esforços de Angola à frente do Fórum Parlamentar da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) para a promoção do diálogo como caminho para a gestão dos conflitos que afectam duramente as mulheres e as meninas.
A presidente da Assembleia Nacional denunciou o impacto da violência nas zonas de conflito, onde mulheres e meninas são frequentemente alvo de violações, raptos, maus-tratos físicos e psicológicos, defendendo acções urgentes e coordenadas da comunidade internacional.
Apelo à acção global
Durante a sua dissertação, Carolina Cerqueira fez um apelo global, considerando que os parlamentos são plataformas fundamentais de diálogo e cooperação entre os povos, devem liderar uma nova dinâmica nas relações multilaterais.
“Essa nova ordem deve ser mais justa, mais humana e com espaço digno para a mulher como promotora da paz e defensora da dignidade humana. O mundo precisa de uma nova liderança, sensível, inclusiva e transformadora. E essa liderança tem de ter rosto feminino”, instou.
A Conferência Mundial de Presidentes dos Parlamentos, estabelecida pela primeira vez em 2000 na véspera da Conferência do Milénio das Nações Unidas, firma-se como um fórum único para a participação e o diálogo de alto nível entre os líderes parlamentares de todo o mundo.
 Alerta para o impacto das alterações climáticas
A líder parlamentar alertou, igualmente, para os efeitos devastadores das mudanças climáticas sobre as mulheres africanas, no quadro do debate sobre o “Desafio emergente à paz inclusiva e duradoura e o caminho a seguir”.
Carolina Cerqueira sublinhou que as alterações climáticas não são apenas uma ameaça ambiental, mas um factor agravante das desigualdades sociais e de género, especialmente em África, onde estruturas culturais, económicas e sociais profundamente enraizadas colocam as mulheres numa posição de maior vulnerabilidade.
“As mulheres africanas estão na linha da frente dos impactos climáticos. São elas que asseguram a agricultura de subsistência, recolhem água e lenha e garantem o sustento familiar. A seca, os desastres naturais e os deslocamentos forçados não só sobrecarregam estas mulheres, como também as expõem a situações extremas de fome, violência e exclusão”, afirmou.
Carolina Cerqueira lamentou o acesso desigual das mulheres aos recursos produtivos, ao crédito agrícola, às tecnologias e ao direito à propriedade, frisando que “a justiça climática só será possível com justiça de género”.
A dirigente angolana reforçou a importância de integrar as mulheres na tomada de decisões sobre gestão de recursos naturais e financiamento climático, defendendo que “sem o envolvimento pleno das mulheres, não haverá paz inclusiva nem soluções eficazes e duradouras para a crise ambiental”.
Promoção da igualdade de género
A presidente da Assembleia Nacional reafirmou o compromisso de Angola com políticas públicas inclusivas, que promovam a igualdade de género, a justiça climática e a construção de uma paz sustentável em África e no mundo.
Carolina Cerqueira participou na XV Reunião da Cimeira das Mulheres Presidentes de Parlamentos, que decorreu à margem da 6ª Conferência Mundial de Presidentes de Parlamentos, que acontece entre os dias 29 e 31 deste mês de Julho.
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